Você decidiu retomar as rédeas da sua vida financeira. Então você suou, cortou gastos, organizou sua rotina de pagamentos, criou uma planilha para controlar o orçamento doméstico e finalmente conseguiu zerar as dívidas atrasadas e pôr as contas em ordem. A vida financeira parecia ter entrado nos trilhos novamente, quando, de repente, uma despesa grande e inesperada te obriga a assumir novas dívidas, o que já não estava mais nos seus planos.
A receita de uma vida financeira equilibrada e sem sobressaltos é composta por alguns ingredientes essenciais, que podem ser combinados de variadas formas, de acordo com o perfil e tendência de cada um. Entre esses ingredientes, há um que é absolutamente indispensável e, caso falte, pode fazer tudo desandar: a famosa reserva de emergência.
Continue a leitura para entender a importância de manter uma reserva para imprevistos e saiba como constituir a sua.
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Repensar hábitos financeiros talvez tenha sido uma das grandes lições deixadas pela pandemia. Aprender a poupar dinheiro, focar no essencial e criar uma reserva de emergência passou a ser palavra de ordem para muita gente que se viu pega de surpresa pelo isolamento social e precisou interromper suas atividades de uma hora para outra.
Talvez você ainda não tenha parado para pensar na importância de ter uma reserva de emergência. Muitos de nós estamos acostumados a só pensar nos imprevistos depois que eles acontecem. Mas o fato é que ninguém está livre de passar por um momento de aperto, por uma crise financeira inesperada, que nos deixa desorientados e sem saber como vamos conseguir pagar as contas do próximo mês.
É nessas ocasiões que a reserva de emergência entra em cena. Ela é como um barco salva-vidas que nos leva a um local seguro, onde podemos retomar o fôlego e pensar em novas estratégias para seguir adiante.
Além disso, ela é o ponto de partida para entrar no mundo dos investimentos com segurança.
O que é uma reserva de emergência?
A reserva de emergência nada mais é do que uma economia de dinheiro feita ao longo do tempo, que tem como objetivo principal cobrir suas despesas fixas por um determinado período, caso você sofra perda total ou uma queda brusca e repentina de renda, ou caso se veja obrigado a arcar com gastos elevados e inesperados.
Em outras palavras, podemos dizer que ela é um fundo criado para te livrar dos perrengues financeiros que te pegam de surpresa, como a perda de um emprego, o desfalque causado pela saída de um cliente importante ou uma despesa imprevista que não faça parte dos seus gastos rotineiros. Essa reserva pode ser acionada inclusive em situações mais corriqueiras, como uma geladeira quebrada, um carro enguiçado ou um celular roubado.
A regra básica é: como o próprio nome diz, acione sua reserva apenas para emergências ou gastos inesperados. Nunca para aqueles que estão ou podem estar previstos no seu orçamento.
Como constituir sua reserva de emergência
Ter uma reserva de emergência é fundamental para cobrir custos inesperados e amenizar o sufoco. Constituí-la exige muita organização e disciplina, além de uma boa dose de controle sobre nossos hábitos e impulsos de consumo. Mas é a partir dela que começamos a lidar com nossos ganhos de forma realista e pragmática, garantindo saúde mental, segurança e tranquilidade para irmos atrás dos nossos sonhos e objetivos financeiros.
Claro que, para formá-la, você vai precisar de tempo e paciência. Primeiro, defina seu custo de vida mensal e, aos poucos, passe a guardar o valor necessário para sobreviver dele por alguns meses. Se você tem uma renda estável, o valor pode ser o correspondente a três vezes o seu gasto médio mensal, para garantir ao menos um trimestre de respiro. Para quem não tem uma entrada fixa, o ideal é juntar o equivalente aos custos de 12 meses.
Além de te salvar de situações inesperadas, a reserva de emergência tem outra importante função dentro do seu planejamento financeiro: ela é o ponto de partida para você começar a investir com sucesso a longo prazo.
Com uma reserva bem constituída e devidamente alocada, você não vai precisar recorrer a outros investimentos, podendo mesmo optar por fundos de baixa liquidez, que priorizem a rentabilidade.
Qual o valor ideal de uma reserva de emergência?
O cálculo da sua reserva deve considerar o valor total das suas despesas essenciais fixas, multiplicado por um número X de meses (no mínimo 3 e idealmente 6), que vai variar de acordo com a grau de estabilidade da sua renda.
Por exemplo, se as suas despesas fixas básicas, incluindo aluguel, alimentação, luz, água, transporte, saúde etc., somam R$3 mil por mês, então sua reserva de emergência deverá ser de, no mínimo, R$9 mil.
Quais os fundos indicados para alocar a reserva de emergência?
Também conhecida como “reserva de liquidez”, a reserva de emergência deve ter como principal característica a sua disponibilidade para resgate imediato. Isso quer dizer que a definição de onde aplicar esse valor deve priorizar a liquidez e não a rentabilidade. Também é importante que esse valor esteja separado da sua conta corrente, onde está o dinheiro que você usa no dia a dia para pagar as contas.
Portanto, escolha aplicações conservadoras, seguras, de baixo custo, baixa volatilidade (sem grandes oscilações) e de liquidez elevada. Alguns exemplos de fundos com esse perfil são o Tesouro Selic (título público de liquidez diária, emitido pelo governo, que remunera os investidores de acordo com a taxa Selic), ou os fundos de renda fixa mais conservadores, como CDBs e contas correntes digitais.
Em quais situações a reserva de emergência deve ser acionada?
Tenha em mente a seguinte máxima: a reserva de emergência não é um valor que você usará quando quiser, mas apenas quando (e se) precisar.
Sendo um fundo constituído com o propósito de ser um seguro pessoal para cobrir emergências e imprevistos, ele deve ser preservado ao máximo e acionado apenas em situações de necessidade, que demandem recursos financeiros imediatamente disponíveis.
Por último, vale ressaltar: se você precisou usar o dinheiro da sua reserva, trate como prioridade reconstituí-la o mais rápido possível, para não ficar descoberto!
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