Calma, quando sugerimos que você domine a inflação, não estamos propondo que faça o que poucos governantes e especialistas em economia conseguem fazer de forma satisfatória. Estamos propondo que você entenda algumas causas desse processo de corrosão do seu rico dinheirinho e, na medida do possível, procure se defender.
Acompanhe, na sequência, as principais explicações para esse problema que assombra a economia de países mundo a fora, desafiando regimes políticos conservadores e revolucionários, governos com tendências ideológicas à esquerda, ao centro e à direita.
O que é inflação?
Bastante conhecida entre os brasileiros, a inflação é um conceito econômico associado diretamente ao consumo. Trata-se de um termo usado para se referir ao aumento generalizado de preços de bens e serviços, provocando aumento do custo de vida e consequente redução do poder de compra da moeda.
Sabe quando você vai ao supermercado e leva aquele susto com o preço do arroz, que há uma semana era 3 reais mais barato? Pois é. Se observarmos esse efeito ao longo do tempo veremos que os preços dos produtos praticados nas prateleiras estão muito mais caros do que há 10, 15 ou 20 anos atrás.
Embora pareça negativo, o aumento progressivo dos preços não é tão prejudicial ao consumidor quando acontece de forma controlada e espaçada, acompanhada pelos reajustes de salário. Mas quando sobe em velocidade mais acelerada do que a renda da população, ou seja, sem que possa ser devidamente absorvida, a inflação pode ser tornar um grande transtorno para o consumidor e para a economia do país.
Quais são as causas da inflação?
Os especialistas concordam ao apontar algumas causas básicas da inflação: o aumento da procura de produtos e serviços em comparação com a oferta; o aumento dos custos de fabricação dos produtos; o aumento da emissão de moeda por governos com despesas acima do que arrecadam com impostos. Com o volume de dinheiro em circulação crescendo mais do que a oferta de produtos e serviços, os preços tendem a aumentar.
No caso do Brasil, os mesmos especialistas identificam um fenômeno de “inércia inflacionária”, em que a inflação vai no embalo de reajustes de salários, preços, aluguéis e serviços.
Como é calculada a inflação?
O principal índice de medição da inflação no país é o IPCA (Índice de Preços ao Consumido Amplo), apurado pelo IBGE. É amplo porque mede a inflação de produtos e serviços consumidos por 90% da população com renda de 1 a 40 salários-mínimos e abrange despesas com habitação, vestuário, alimentação, habitação, transporte, alimentação, saúde, despesas pessoais.
Outro índice importante, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mede a variação de preços para famílias com renda até 5 salários-mínimos, a faixa mais sensível à oscilação de itens básicos. É usado para reajuste do salário-mínimo.
Medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e criado na década de 1940, o IGP (Índice Geral de Preços) apura a variação de preços de produtos desde a matéria-prima usada na produção agrícola e industrial até se tornarem bens para o consumidor final. O IGP-DI (Disponibilidade Interna) é parte da cesta de índices responsável pelo reajuste dos custos de telefonia.
Controle da inflação
O controle da inflação é feito por meio de medidas de ajuste fiscal e monetário, que envolvem contenção dos gastos públicos, aumento de impostos e elevação dos juros. Em curto prazo, essas ações ajudam a conter a demanda por bens e serviços, reduzindo o ritmo de aumento dos preços. Ou seja, conter a inflação tende a reduzir o ritmo de crescimento da economia.
A principal ferramenta de controle da inflação é a taxa de juros básicos da economia. A Selic é aplicada nos contratos com o setor público e como referência no conjunto de toda a economia. Quando a Selic sobe, o custo do dinheiro fica mais alto, dessa forma desaquecendo a atividade econômica.
Como se proteger da inflação
Se você tem algum dinheiro guardado e quer protegê-lo do processo corrosivo causado pela inflação, ou seja, quer preservar o seu poder compra, uma medida importante é procurar investir pelo menos parte dele em ativos específicos, com rendimento atrelado à inflação. É o caso do Tesouro IPCA+, por exemplo. Outra possiblidade é optar por investimentos em empresas e ativos que tenham serviços e produtos atrelados à variação da inflação.
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