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Inadimplência: saiba o que significa e como se livrar dela

Você olha para a sua vida financeira e só o que consegue enxergar é descontrole e falta de organização. Um amontoado de boletos, prestações e dívidas que se acumulam, sem que você consiga sequer distinguir as atrasadas das que ainda estão para vencer. Se você se identifica com essa situação, saiba que ela é mais comum do que se imagina.

Inadimplência hoje no Brasil

A inadimplência hoje atinge quase 67 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados pelo Serasa Experian, e tem atingido recordes consecutivos a cada mês de 2022. Para se ter uma ideia, somente em julho de 2022, esse índice sofreu alta de 800 mil pessoas em relação ao mês anterior.

Os dados são ainda mais alarmantes quando associados ao percentual de famílias com dívidas a vencer, que também não para de crescer, tendo atingido em julho de 2022 o recorde de 78% dos lares brasileiros, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 

Você também faz parte dessas estatísticas?

Sabemos que não é fácil encarar de frente a inadimplência e o endividamento. Mas, lembre-se: fechar os olhos para uma situação ruim não vai fazer com que ela se resolva sozinha. Muito pelo contrário: as dívidas vão continuar existindo, tirando o seu sossego e, o que é pior, acumulando juros. Mesmo que as condições não sejam as mais favoráveis no momento, sempre é bom tentar mudar alguns hábitos em relação ao dinheiro. Pode ser que demore um pouco, mas acredite, vai valer a pena.

Inadimplência e endividamento: qual a diferença?

Vamos começar entendendo um ponto básico: inadimplência e endividamento são coisas diferentes. Quando se fala em dívidas, muita gente costuma fazer essa confusão, acreditando que ter uma dívida é o mesmo que ter uma conta em atraso ou em aberto. Mas será que estar inadimplente significa simplesmente estar endividado? 

A resposta é não. De maneira resumida, é importante fazer a seguinte distinção: o endividamento se refere aos compromissos financeiros assumidos para pagamento ao longo do tempo. Já a inadimplência ocorre quando, por alguma razão, deixamos de arcar com esses compromissos que assumimos.

Endividamento

Se você comprou um produto ou contratou um serviço e não pagou na hora, então você contraiu uma dívida. As compras parceladas no cartão de crédito, um empréstimo ou financiamento são exemplos de dívidas assumidas com instituições financeiras. Enquanto estivermos com as prestações em dia e ainda restarem parcelas a pagar, estaremos endividados, mas não inadimplentes.

inadimplência

A inadimplência fica caracterizada quando há o descumprimento do compromisso financeiro. Ou, em outras palavras, quando você tem uma dívida e não paga na data de vencimento. O consumidor inadimplente, portanto, é aquele que está com uma dívida atrasada ou em aberto.

Quais as consequências da inadimplência?

A inadimplência, pode gerar o registro do nome e CPF nos órgãos de proteção ao crédito (Serasa e SPC, por exemplo). Popularmente conhecido como “nome sujo” ou negativado.

O registro pode resultar em:

  • Dificuldade para conseguir empréstimos;
  • Restrições para ser aprovado em um financiamento de imóvel, carro ou outros bens;
  • Obstáculos para abrir uma conta corrente, obter um cartão de crédito ou cheque especial;
  • Impossibilidade de organizar, planejar, alcançar objetivos e ter uma vida financeira saudável.

Como se livrar da inadimplência?

Antes de mais nada, identifique todas as suas dívidas e procure distinguir as atrasadas daquelas que ainda estão para vencer. Esse é o primeiro passo para a organização do seu orçamento.

Em seguida, trace uma estratégia de quitação, estabelecendo critérios de prioridade. Se os recursos disponíveis não forem suficientes para solucionar tudo de uma vez, é importante decidir quais dívidas quitar primeiro, analisando os riscos e prejuízos relacionados a cada uma. Outro critério importante é o valor dos juros. Dívidas com o banco, por exemplo, nem sempre parecem as mais urgentes, mas em geral são as mais caras (as que têm juros mais altos embutidos). 

O passo seguinte é procurar os credores em busca de uma negociação. A maioria deles costuma estar disposta a aceitar acordos, incluindo descontos e parcelamentos. Busque por uma negociação que seja vantajosa, viável e adaptada à sua realidade financeira do momento.

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“Endividamento: dicas práticas para sair do aperto”