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Dívida com bancos? Saiba negociar

Se você se inclui entre os milhões de brasileiros endividados e ainda por cima está devendo a um banco, prepare-se para enfrentar essa situação, por mais que possa parecer um embate desigual para o seu lado, lembre-se que o interesse do banco credor é receber de volta o crédito concedido.

Para negociar, comece por conhecer os trunfos de cada lado. A favor do banco, uma primeira vantagem é a possibilidade de cadastro nos órgãos de proteção ao crédito e/ou ajuizamento de ação judicial.

Negociar é a melhor saída

As dívidas com o banco costumam estar entre os maiores desafios do consumidor endividado. No embate com os devedores, as instituições financeiras fazem uso de variados recursos, que podem incluir até o ajuizamento de ação judicial.

Entre as consequências possíveis, estão também o cadastro nos órgãos de proteção ao crédito e o bloqueio de acesso a novas linhas de crédito. Isso sem falar nas elevadas taxas de juros, que correm diariamente e podem prejudicar ainda mais o orçamento. É por isso que o pagamento desse tipo de dívida deve ser uma prioridade no seu planejamento financeiro.

Existem muitas maneiras de quitar sua dívida com o banco, mas para isso é preciso cautela, paciência e estratégia. Veja a seguir o que você pode fazer.

Analise seu orçamento

É importante pôr na ponta do lápis a renda líquida da empresa ou da família, para ter clareza sobre a disponibilidade de caixa e até onde ir em uma negociação.

Saiba o que pode ser negociado

Em dívidas bancárias, há normalmente três condições a serem negociadas: prazo de pagamento, montante da dívida e taxa de juros. Antes de partir para a negociação, tenha clareza sobre os seus objetivos para aumentar as chances de fechar um acordo que seja de fato vantajoso para você.

Vale negociar as dívidas “prescritas” ou “caducas”. Aliás, quando falamos em dívidas atrasadas, como por exemplo as superiores a 5 (cinco) anos, é comum surgirem dúvidas sobre até quando permanece a obrigação de pagar. Na verdade, a expressão “caducar”, muito usada para se referir a uma dívida contraída há mais de 5 (cinco) anos, significa apenas que o CPF do devedor deixa de constar nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito. Já a “prescrição” é o termo jurídico usado para determinar o prazo para que o credor possa recorrer à Justiça para receber o que lhe é devido.

Mas, em ambos os casos, a dívida continua existindo e sua cobrança pode ser realizada através das vias extrajudiciais como e-mail, cartas e SMS, por exemplo. (saiba mais sobre prescrição de dívidas). No caso de uma dívida bancária, é comum que as instituições continuem cobrando por conta própria ou por meio de empresas terceirizadas.

Procure o gerente

Um primeiro passo pode ser uma proposta ao gerente do seu banco, buscando um acordo com base no controle do seu próprio orçamento. Tome a iniciativa de procurá-lo, oferecendo opções que caibam no seu bolso.

Mostre firmeza 

Vá para a negociação bem-informado sobre seus direitos e sobre os deveres do banco, segundo as normas do Banco Central. Peça explicações claras sobre o valor em negociação, taxa de juros, número de parcelas e outras. 

Procure outros bancos 

No caso de dificuldade com seu gerente, avalie usar a portabilidade para procurar melhores opções em outros bancos. A portabilidade é uma estratégia comum no mercado financeiro, e pode ser usada como um recurso inteligente para reduzir os juros de um empréstimo mais caro ou reduzir parcelas ou valor das parcelas mensais.

Pode ser vantajoso, também, concentrar todas as dívidas em um único contrato, favorecendo o controle financeiro. Mas lembre-se: a portabilidade só é permitida se a pessoa estiver com as parcelas em dia.

Seja realista

Faça uma avaliação realista das opções oferecidas, para não romper o acordo e correr o risco de um novo endividamento. Lembre-se que uma nova negociação poderá resultar em condições menos flexíveis para você.

Vá aos feirões 

Ao procurar opções de acordo é sempre útil consultar feirões de negociação do tipo limpa-nome em sites como o da Serasa Consumidor, da Febraban e de outros bancos. Feito o acordo, é hora de se organizar para cumpri-lo, fazendo as despesas caberem em seu orçamento, evitando gastos desnecessários e até, se possível, buscando uma renda extra.

Leia também: 5 dicas para ser um consumidor consciente.