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“Créditos podres”: entenda o significado da expressão

Alguma vez você já ouviu a expressão “créditos podres”, ou “títulos podres”, e tentou entender o que, exatamente, isso quer dizer? Ou mesmo ficou se perguntando o que esse termo tem a ver com aquela dívida antiga que você deixou de pagar e pela qual agora está sendo cobrado por uma empresa diferente da que te concedeu originalmente o crédito?

No mercado de gestão e recuperação de dívidas, o termo “crédito podre” está diretamente relacionado a um outro termo também famoso no setor financeiro: Non-Performing Loan (NPL), que em português pode ser traduzido por “crédito não-performado”.

Quer entender melhor o que todos esses nomes significam? Continue a leitura que a gente te explica.

O que são Non-Performing Loans?

Você já parou pra pensar em como um banco ganha dinheiro? Dentre os diversos serviços prestados a seus clientes no dia a dia – de abertura de conta a aplicações automáticas, depósitos, transferências e fornecimento de cartões – é das operações de oferta e pagamento de empréstimos que vem a maior parte do lucro de um banco. Afinal, é sobre esse tipo de transação que incidem os temidos juros bancários.

Pois bem. Sabe aquele empréstimo que você foi buscar com o seu banco em um momento de sufoco, jurando que a sua vida financeira logo se estabilizaria para que você pudesse pagar por ele, mas isso não aconteceu? Pois é: o que para você se transformou na dor de cabeça de uma dívida em aberto, para o banco se converteu em uma inadimplência. Ou seja, um crédito em atraso que, não sendo pago dentro de determinado período, passa a ser classificado como um “crédito inadimplido”, ou “não-performado”.

Prestações, contas de serviço ou parcelas de um empréstimo não pagas representam uma perda para a empresa que ofertou o crédito, que vê seu faturamento afetado pela inadimplência.

No caso de uma instituição financeira, esses créditos são registrados como prejuízo após 1 ano de atraso no pagamento. Passam, então, a ser considerados “créditos não-performados”, o que significa que, como o próprio nome sugere, não tiveram a performance prevista no balanço financeiro dessas instituições, e por isso são rebaixados a prejuízo. Em outras palavras, trata-se de dívidas que, não tendo sido liquidadas, geraram um ônus imediato pela sua inadimplência.

Os Non Performing Loans (NPL’s), portanto, consistem nos empréstimos bancários não performados, ou seja, vencidos e não pagos. Além da inadimplência, eles também resultam na negativação do CPF do devedor.

O que são créditos podres?

Créditos podres nada mais são do que uma outra forma de designar esses créditos que, em linhas gerais, são considerados de difícil recuperação. Ou seja: a instituição credora assume que é pouco provável que esses créditos se convertam em dinheiro em caixa.

Para reduzir o impacto dessa perda financeira, as instituições que concedem crédito têm a opção de reunir seus NPLs e negociá-los com empresas especializadas ou investidores que, ao adquirirem essas carteiras de dívidas, passam a assumir também os riscos a elas associados e o direito de cobrá-las. Por meio dessa operação, chamada no mercado de “cessão de crédito”, os bancos conseguem recuperar parte do valor em relação ao total da dívida.

Ou seja: se, por um lado, a comercialização desses créditos passa a ser uma alternativa para bancos e empresas passarem adiante dívidas não pagas, por outro ela se torna também uma oportunidade para empresas especializadas na aquisição, gestão e cobrança de dívidas vencidas, que contam com estrutura própria para atuar na recuperação desses créditos já dados como perdidos pelo credor original.

Qual a vantagem de transferir créditos podres para outras instituições?

Como dissemos o que é um problema para as instituições credoras pode representar, ao mesmo tempo, uma oportunidade de se fazer caixa a partir desses créditos e, assim, reduzir o impacto do prejuízo decorrente da inadimplência.

Nos últimos anos, a crise financeira desencadeada pela pandemia resultou em um aumento da inadimplência e, consequentemente, em alto volume de ‘créditos podres’ acumulados pelas instituições financeiras e por outras empresas, que passaram a intensificar a venda de carteiras de dívidas em atraso.

A venda de carteiras de crédito já baixadas a prejuízo libera recursos financeiros e humanos e, além de aumentar a probabilidade de recuperação, permite levantar capital para, por exemplo, investir em novos projetos, na abertura de filiais ou em novos ciclos de financiamento.

Como essas empresas não contam com uma estrutura própria para gestão e cobrança de dívidas, torna-se mais vantajoso para elas ceder esses créditos a um valor de mercado para empresas especializadas, as chamadas securitizadoras.

As securitizadoras atuam para fechar o ciclo de uma dívida em aberto, desonerando as estruturas de outras empresas, que podem assim focar em seu core business. E, ao mesmo tempo, levando ao consumidor a oportunidade de negociar suas pendências com mais flexibilidade e melhores condições.

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