Fazer a declaração do imposto de renda é uma tarefa burocrática, da qual a maioria das pessoas economicamente ativas não tem como fugir praticamente em todos os anos de sua vida produtiva. Mas, como quase tudo na vida, pode haver um lado bom nessa tarefa: quando o contribuinte fica sabendo que, em vez de pagar, tem um valor a ser restituído.
Isso acontece quando, ao fazer a declaração, o contribuinte descobre que tem direito à devolução de parte dos valores retidos na fonte, principalmente em salários, mas também em outros rendimentos recebidos no ano anterior.
Dependendo do caso, a restituição do I.R. pode representar um alívio financeiro significativo, especialmente para quem está enfrentando problemas de endividamento. Usar essa quantia de forma estratégica pode ajudar a melhorar sua saúde financeira e reduzir o estresse associado a contas em atraso e a outras pendências financeiras.
No artigo de hoje, a Crediativos explica como funciona a restituição do imposto de renda e traz algumas dicas valiosas para usar a sua de maneira vantajosa.
Entenda o que é a restituição do imposto de renda
A restituição do imposto de renda é o valor que o governo devolve aos contribuintes quando estes pagaram mais impostos do que deviam ao longo do ano. Isso ocorre quando as deduções e créditos fiscais declarados superam os valores retidos na fonte ou pagos diretamente.
Acontece, também, porque, ao fazer a declaração, o contribuinte pode abater da base de cálculo do imposto os gastos com:
– Sua saúde e de seus dependentes;
– Contribuições ao INSS e à previdência privada;
– Despesas com educação;
– Pensão alimentícia e doações.
A restituição é regulamentada pela Receita Federal e está prevista na legislação tributária brasileira. Todos os contribuintes que apresentarem a Declaração de Ajuste Anual podem ter direito à restituição, desde que seus pagamentos ou valores retidos na fonte tenham excedido o imposto devido.
Como funciona a restituição do imposto de renda?
Cálculo do imposto: durante o ano, trabalhadores assalariados têm o imposto de renda retido diretamente na fonte. Já os profissionais autônomos e empresários pagam o imposto mensalmente ou trimestralmente. Ao final do ano fiscal, na Declaração de Ajuste Anual, são considerados para o cálculo do imposto devido todos os rendimentos recebidos, deduções e pagamentos feitos.
Se o total de imposto pago (via retenção na fonte ou pagamentos mensais) for maior do que o imposto devido, o contribuinte terá direito à restituição. Já se o imposto devido for maior do que valor recolhido, o contribuinte deverá quitar a diferença.
Deduções e créditos fiscais: são os principais fatores que podem resultar em direito à restituição. Exemplos comuns incluem despesas médicas, despesas com educação, contribuições para a previdência privada e gastos com dependentes. Esses valores podem ser subtraídos da base de cálculo do imposto, reduzindo o total devido.
Declaração e processamento: para receber a restituição, o contribuinte deve preencher e enviar a Declaração de Ajuste Anual dentro do prazo estipulado. A Receita processa a declaração e verifica a veracidade das informações fornecidas. Se tudo estiver correto, o valor da restituição é calculado e liberado.
Ao entrar no site da Receita Federal para fazer a declaração de renda, o contribuinte pode conferir, item por item, os abatimentos a que tem direito, desde que possa documentar os pagamentos feitos com cada item. Isso vale mesmo para a declaração pré-preenchida que a Receita Federal oferece de modo opcional aos contribuintes, montada com informações disponíveis em seu banco de dados.
A Receita Federal faz a devolução dos valores devidos em lotes mensais. Este ano, a restituição está sendo paga entre os dias 31 de maio (1º lote) a 30 de setembro (5º e último lote), por ordem de entrega das declarações e com prioridade aos contribuintes com mais de 80 anos, em seguida para os de mais de 60, aos portadores de doenças e professores. O próximo pagamento (3º lote do ano) está programado para o dia 30 de agosto.
Nova faixa de isenção e prorrogação do prazo para declaração
O prazo para enviar a declaração do Imposto de Renda de 2024 se esgotou no dia 31 de maio, data em que foi pago o primeiro lote das restituições. Em razão das enchentes no Rio Grande do Sul, a Receita prorrogou o prazo de entrega até 31 de agosto para contribuintes domiciliados nos 336 municípios gaúchos afetados pelas inundações.
Quem não enviou o documento dentro do prazo poderá receber multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 165,74 e máximo de 20% do imposto devido.
Também para 2024 o governo definiu uma nova faixa de isenção do IR de até R$ 2.824 ao mês, valor correspondente a dois salários-mínimos. Esse foi o segundo reajuste seguido do atual governo, que em maio de 2023 já havia reajustado o valor do teto, congelado desde 2015, de R$ 1.903,98 para R$ 2.112 ao mês.
6 estratégias para utilizar a restituição de forma eficaz: priorizando o pagamento de dívidas
Se você entrou para o rol dos contribuintes que têm valores a serem restituídos, fica a dica: por mais tentador que seja aproveitar esse dinheiro “a mais” que entra na conta para liberar a torneirinha da gastança e ir às compras como se não houvesse amanhã, o melhor a fazer é usá-lo com cautela e inteligência. Ainda mais se você tem pendências financeiras!
Um dinheiro extra pode ser um grande alívio para quem está com dívidas ou acumulou contas em atraso. Usar essa quantia de forma estratégica pode ajudar a melhorar sua saúde financeira e reduzir o estresse associado ao endividamento.
Confira algumas dicas de aproveitar a restituição do imposto de renda para quitar suas dívidas e colocar as finanças em ordem:
1. Avalie suas dívidas
Faça um levantamento completo: o primeiro passo é entender a extensão de suas dívidas. Liste todas as suas obrigações financeiras, incluindo o valor total devido, a taxa de juros e o prazo de pagamento. Isso ajudará a ter uma visão clara da sua situação financeira.
Priorize dívidas com altas taxas de juros: dívidas com altas taxas de juros, como cartões de crédito e empréstimos pessoais, devem ser priorizadas. Pagar primeiro essas dívidas pode economizar uma quantia significativa em juros ao longo do tempo.
2. Monte um plano de ação
Determine a quantia disponível: após receber sua restituição do imposto de renda, defina quanto você pode destinar ao pagamento das dívidas. É importante manter parte do dinheiro para outras necessidades financeiras, como emergências ou despesas cotidianas.
Defina metas realistas para quitar suas dívidas: confira quais dívidas podem ser pagas integralmente com a restituição do imposto de renda e quais precisarão de um plano de pagamento de longo prazo.
3. Negocie com credores
Negocie taxas de juros e prazos: procure entrar em contato com os credores de suas dívidas para negociar melhores condições de pagamento. Explique que você tem uma quantia disponível para quitar parte da dívida e pergunte sobre a possibilidade de redução das taxas de juros.
Considere a portabilidade de saldo devedor: se suas dívidas têm taxas de juros muito altas, como as do cartão de crédito, por exemplo, considere usar a portabilidade do saldo devedor para transferi-las para uma instituição financeira que ofereça condições mais favoráveis. Isso pode resultar em economias substanciais.
4. Use a restituição de forma estratégica
Pague dívidas inteiras: Se a restituição do imposto de renda for suficiente para quitar algumas dívidas inteiras, faça isso. Eliminar dívidas menores pode proporcionar um alívio imediato e reduzir o número de contas a serem gerenciadas.
Faça pagamentos adiantados: para o caso de dívidas maiores que não podem ser quitadas integralmente, você pode usar a restituição do imposto para fazer pagamentos adiantados. Isso reduzirá o saldo devedor e os juros acumulados.
5. Crie um fundo de emergência
Reserve parte da restituição: mesmo que você use o valor da restituição para pagar dívidas, é importante incluir na sua estratégia a criação de uma reserva de emergência para cobrir despesas inesperadas e evitar o endividamento futuro.
Procure reservar uma parte da sua restituição para esse fim, ou então organize seu orçamento de modo a garantir sobras de caixa mensais, mesmo enquanto ainda estiver quitando suas dívidas. Um fundo de emergência pode oferecer segurança financeira e reduzir a necessidade de recorrer a empréstimos em situações imprevistas.
6. Estabeleça hábitos financeiros saudáveis
Revisite seu orçamento: aproveite esse momento para revisar e ajustar seu orçamento. Identifique áreas onde você pode cortar despesas e alocar mais recursos para o pagamento de dívidas ou poupança.
Busque educação financeira: mergulhe em cursos ou conteúdos que o ajudem a permitam aprender mais sobre gerenciamento de dívidas, poupança e investimento. Conhecimento é poder e pode ajudá-lo a tomar decisões financeiras mais informadas e eficazes.
Dicas extras para maximizar o impacto da restituição no seu saldo devedor
Organize suas finanças: mantenha um registro organizado de todas as suas despesas dedutíveis ao longo do ano, como recibos médicos e comprovantes de despesas com educação.
Aproveite todas as deduções: verifique todas as possibilidades de deduções e créditos fiscais para garantir que você não está deixando dinheiro na mesa.
Considere a consolidação de dívidas: pense em consolidar várias dívidas menores em um único empréstimo com uma taxa de juros mais baixa. Use a restituição para abater parte desse novo empréstimo consolidado.
Se você tem uma situação financeira complexa, pode ser útil contratar um contador ou consultor fiscal para ajudá-lo a maximizar sua restituição.
Negociando com credores
Se você for usar parte da sua restituição para negociar um acordo diretamente com o credor, é importante analisar as condições oferecidas e buscar uma opção que evite novas pendências. Use a restituição como uma ferramenta de negociação. Entre em contato com seus credores para negociar melhores condições de pagamento ou descontos significativos para quitar a dívida de uma vez ou para fazer pagamentos antecipados.
Com o avanço da tecnologia, os processos de regularização de dívidas evoluíram e hoje é possível negociar pela internet, sem precisar sair de casa. As plataformas de negociação de dívidas permitem ao devedor buscar virtualmente e de forma automatizada as condições ideais para a sua situação, com vantagens que vão desde agilidade para fechar o acordo até descontos e prazos alongados.
A Crediativos, por exemplo, trabalha com uma plataforma de negociação 100% online, na qual é possível fazer um levantamento de todas as suas dívidas simplesmente digitando o seu CPF. A plataforma da Crediativos conta com sistema de última geração e vem-se aprimorando a cada dia para oferecer as ferramentas mais assertivas e seguras para que você negocie com tranquilidade, com a garantia de total sigilo sobre dados pessoais compartilhados.
Para negociar diretamente com a Crediativos, acesse a plataforma, digite seu CPF e confira quais dívidas estão disponíveis para negociação. Em seguida, avalie as opções de acordo, as possiblidades de descontos, abatimentos e parcelamentos oferecidos. Escolha então uma opção que traga vantagens para você, que esteja de acordo com as suas possiblidades atuais e que caiba no seu planejamento, garantindo que as parcelas não comprometam o seu orçamento familiar.
Tendo fechado o acordo, você ainda pode pagar os boletos online, com toda segurança e comodidade.
Evitando novas dívidas
Aproveitar a restituição do imposto de renda para melhorar sua situação financeira é uma escolha estratégica e inteligente. Mas, além disso, é importante aplicar um esforço para evitar contrair novas dívidas desnecessárias, mantendo o hábito de usar o crédito de maneira responsável. Confira adiante algumas dicas para fazer isso:
Crie um orçamento realista: liste todas as suas despesas mensais fixas (como aluguel, contas de serviços públicos, alimentação) e variáveis (como lazer e compras). Em seguida, use aplicativos ou planilhas para acompanhar suas despesas diárias e garantir que você não esteja gastando mais do que ganha.
Constitua um fundo de emergência: um fundo de emergência é essencial para evitar dívidas, pois poderá cobrir despesas imprevistas, como reparos do carro ou despesas médicas, sem precisar recorrer a crédito. Tente economizar pelo menos o valor de três a seis meses de despesas básicas.
Faça uso consciente do crédito: proteja-se das compras por impulso, que podem pôr todo seu esforço a perder. Antes de fazer uma compra com cartão de crédito, por exemplo, pergunte-se se ela é realmente necessária.
Pague a fatura integral do cartão de crédito: Os juros do cartão de crédito estão entre os mais altos do mercado. Portanto, sempre que possível, pague a fatura integralmente.
Planeje suas compras: Faça uma lista de compras antes de ir ao supermercado e evite compras fora da lista. Planeje grandes compras com antecedência e pesquise os melhores preços.
Reduza despesas fixas: Renegocie contratos de serviços, como internet, telefone e seguros, para obter melhores tarifas, e revisite suas despesas mensais, cortando tudo o que não for essencial, como assinaturas de revistas ou serviços de streaming que você não usa.
Viva dentro de suas possibilidades: adapte seu estilo de vida ao seu orçamento. Evite viver acima de suas possibilidades e faça escolhas conscientes que se alinhem com sua situação financeira.
Economize no dia a dia: pequenas mudanças diárias, como fazer mais refeições em casa ou reduzir o uso de energia, podem fazer uma diferença significativa no seu orçamento ao longo do tempo.
Para mais dicas de como usar a sua restituição do Imposto de Renda de forma inteligente, confira o artigo: Restituição do Imposto de Renda: Use com sabedoria