Sabe aquela sensação incômoda de que seu dinheiro está ficando cada vez mais curto para pagar as contas e você não vê como aumentar sua renda mesmo trabalhando mais? Pois saiba também que existe um jeito legal – literalmente – de trocar suas dívidas mais pesadas por outras mais leves.
Estamos falando da portabilidade de crédito, um mecanismo que pode ser aplicado a dívidas que vão desde a prestação da casa ou do carro a pendências de compras parceladas que você foi fazendo sem medir o peso dos juros embutidos no financiamento.
Trocar uma dívida cara por outra mais barata é uma estratégia inteligente não apenas para reduzir custos totais de longo prazo e melhorar condições de pagamento, mas também para facilitar o gerenciamento de suas finanças.
Continue e a leitura e conheça alguns mecanismos para realizar essa troca de forma eficiente.
O que é portabilidade de crédito?
A portabilidade de crédito consiste no direito da pessoa de transferir sua dívida com uma instituição financeira para outra que ofereça condições mais vantajosas. Esse mecanismo foi criado pelo Banco Central em 2013, com o objetivo de aumentar a concorrência no mercado financeiro e, desse modo, melhorar as condições oferecidas ao consumidor. E, também, para dar mais autonomia a esse consumidor em relação à sua própria dívida.
Se você tem uma pendência referente a cartão de crédito, empréstimo, financiamento ou qualquer outro tipo de crédito, e não consegue negociar descontos, o caminho é buscar alternativas. Confira como na sequência.
Como funciona a portabilidade de crédito?
Toda pessoa que tenha um débito em aberto com uma instituição financeira pode requerer, a qualquer momento, que outra instituição avalie a possibilidade de fazer a portabilidade, cobrando juros menores para que você pague menos pelas parcelas.
Nos casos de portabilidade de crédito, o valor total da dívida e o prazo para pagamento do saldo restante não podem ser alterados. O que deve mudar é o valor dos juros envolvidos na negociação.
O processo é mais simples do que pode parecer. Você precisa entrar em contato com a instituição com a qual tem dívida e pedir dados atualizados do financiamento: número do contrato, saldo devedor, taxa de juros, valor das parcelas e prazo para quitação.
Na sequência, você deve entrar em contato com outras instituições financeiras e comunicar seu interesse em fazer a portabilidade do crédito. Cada instituição vai conferir se pode oferecer condições melhores e, em caso positivo, basta você aprovar a transação e aguardar que ela feche um novo contrato de crédito com você e faça a quitação do saldo restante junto à empresa com a qual você tem a dívida.
Saiba que a instituição com a qual você tem um débito em aberto não pode se recusar a fazer a portabilidade de crédito e tem a obrigação legal de fornecer as informações necessárias para essa transação. É bom saber, também, que a portabilidade de crédito não tem custo e, portanto, nenhuma instituição pode cobrar pelo processo.
Empréstimo para quitar dívidas
Se por algum motivo a portabilidade de crédito não for possível, existem outros caminhos para você trocar sua dívida por outra mais barata. Por exemplo, fazer um empréstimo em condições melhores para quitar a tal pendência.
Por mais estranho que possa soar, um empréstimo bancário pode ser uma saída, por exemplo, para você quitar a conta do cartão de crédito. Os juros do cartão estão entre os mais altos do mercado; por isso, pode não ser difícil encontrar condições melhores para zerar essa fatura.
Mesmo para quem está com o nome negativado existem formas de conseguir empréstimo. Por exemplo, com garantia de imóvel ou de veículo que estejam em nome do interessado. Ou o empréstimo consignado – com parcelas descontadas diretamente na folha de pagamento. E, ainda, o empréstimo com garantia do FGTS que o interessado tenha depositado em seu nome.
Não é preciso lembrar que, em qualquer dessas hipóteses, você precisa passar a controlar rigorosamente as entradas e saídas de dinheiro, para não tornar inútil toda sua ginástica para equilibrar o orçamento.
Quais as vantagens de tomar um empréstimo para quitação de dívidas?
Consolidação de dívidas: ao fazer um empréstimo para quitar dívidas, você pode consolidar várias obrigações financeiras em um único pagamento mensal. Isso simplifica o gerenciamento financeiro e pode resultar em economia se o novo empréstimo tiver uma taxa de juros mais baixa do que as dívidas originais.
Redução de juros: em muitos casos, especialmente se suas dívidas atuais têm taxas de juros elevadas (como cartões de crédito ou cheque especial), um empréstimo pessoal pode oferecer taxas mais baixas. Isso pode significar economia significativa a longo prazo.
Prazos de pagamento mais longos: um novo empréstimo pode vir acompanhado de prazos de pagamento mais longos, o que reduz a pressão sobre seu orçamento mensal, permitindo uma gestão financeira mais tranquila.
Planejamento financeiro: ao optar por um empréstimo para quitar dívidas, você pode criar um plano estruturado de pagamento, definindo metas claras para se livrar das dívidas de forma mais eficiente.
Quais os cuidados necessários ao se fazer um empréstimo para pagar uma dívida?
A primeira coisa a se fazer para saber se a troca de dívida será vantajosa para você é calcular o custo efetivo total do novo empréstimo, incluindo taxas de juros, tarifas e outras despesas associadas. Certifique-se de comparar diferentes ofertas antes de tomar uma decisão. Outros fatores a serem considerados o valor das parcelas e prazos de pagamento.
Confira a seguir outros de atenção envolvidos em sua decisão:
Disciplina Financeira: consolidar suas dívidas em um único pagamento não significa que suas responsabilidades financeiras desapareceram. É crucial manter a disciplina financeira para evitar contrair novas dívidas e garantir que você possa cumprir os termos do novo empréstimo.
Risco de endividamento adicional: existe sempre o risco de que, ao quitar suas dívidas antigas com um novo empréstimo, você possa se sentir tentado a usar crédito novamente. É importante estar consciente desse risco e adotar hábitos financeiros saudáveis para evitar uma nova situação de endividamento.
Análise da situação financeira: antes de decidir por um empréstimo para quitar dívidas, avalie cuidadosamente sua situação financeira atual. Considere se há outras alternativas viáveis, como renegociação das dívidas atuais ou ajustes no orçamento, que possam ajudar a melhorar sua situação sem recorrer a mais crédito.
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