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Dívida boa? Será que isso existe?

Você é daquelas pessoas que não perdem uma oportunidade de pegar um dinheiro emprestado, pendurar uma conta ou diluir o valor de uma compra no máximo de parcelas possíveis? Ou é do tipo que se arrepia só de ouvir a palavra “dívida”?

Seja qual for a sua tendência em relação às finanças pessoais e a forma como lida com pendências financeiras, é sempre bom ter em vista que uma dívida não é necessariamente algo ruim. Falando assim, parece até pegadinha, né? Afinal: existe dívida boa?

Pois é, uma lição básica em Educação Financeira está ligada justamente à compreensão sobre as diversas formas de categorizar uma dívida e, então, aprender a distinguir as dívidas boas das ruins. Continue a leitura e entenda como fazer essa distinção.

Qual a diferença entre a dívida boa e a dívida ruim?

Sabemos que, por mais organizado e responsável que você seja com as finanças pessoais, ninguém está livre de passar por uma situação de aperto. E é nessa hora que contrair uma dívida pode, muitas vezes, ser a solução.

Por mais estranho que isso possa soar, é possível sim manter uma vida financeira saudável, mesmo com dívidas. A cultura da inflação fez com que muitos brasileiros assumissem a máxima de que “ninguém cresce financeiramente sem fazer dívidas”. Mas isso nem sempre é verdade. Existe uma grande diferença entre fazer dívidas e estar endividado. Essa última condição é sintoma de descontrole do orçamento, que leva à impossibilidade de fechar as contas no final do mês.

Tudo depende da forma como você se organiza para quitar as dívidas contraídas, assim como de uma análise cuidadosa de taxas, prazos e condições de pagamento. Caso contrário, você pode se enrolar demais e fazer das dívidas uma verdadeira bola de neve.

Em resumo, podemos dizer que a dívida ruim é aquela que contraímos sem medir as consequências. Ela é resultado, por exemplo, de compras por impulso, financiamentos e empréstimos desmedidos, tomados de forma impensada e sem qualquer planejamento, em geral motivados pelo desespero ou por um momento de empolgação.

A dívida ruim é aquela que tira o nosso sono pois, além de nos deixar mais preocupados, geralmente cresce como uma bola de neve, impulsionada por altos juros. É uma dívida desnecessária, que só serve para gerar gastos.

É o caso, por exemplo, das dívidas do cheque especial ou do cartão de crédito.

Já a dívida boa, não à toa também chamada de dívida inteligente, é aquela que contraímos com base em um planejamento financeiro muito bem estruturado e que, por isso mesmo, tem potencial para trazer um retorno financeiro maior do que os juros cobrados.

Quando, por exemplo, financiamos um carro para trabalhar com transporte, esperando que os ganhos obtidos sejam superiores às parcelas, estamos contraindo uma dívida boa, que nos ajuda a crescer financeiramente. Outro exemplo é quando um empreendedor toma um empréstimo para financiar um novo equipamento, aumentar sua capacidade de produção e conseguir suprir novas demandas.

Mais um caso em que a dívida atua como aliada das finanças é quando tomamos um empréstimo com o intuito de quitar uma ou mais dívidas mais caras, substituindo-as por outra mais barata, ou seja, com juros menores, trazendo assim um alívio para o fluxo de caixa.

Em todas essas situações, a dívida está agindo a favor de nosso patrimônio e de nossas finanças pessoais. Ela permite gerar mais dinheiro, alavancar um negócio cujo retorno pagará os juros, aumentar o capital de giro da empresa para que ela aumente seu faturamento e assim por diante.

O grande segredo reside em fazer um cálculo que equacione de forma precisa o binômio juros/retorno financeiro, garantindo sempre que o segundo seja maior que o primeiro.

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